07 outubro 2006

87% dos portugueses nunca ouviram falar dos ODM: um olhar sobre os números do (des)conhecimento e da (des)confiança

Este número gigante do desconhecimento é suportado pelo estudo (“Attitudes towards Development Aid”) realizado pelo Eurobarómetro entre Novembro e Dezembro de 2004 e publicado em Fevereiro de 2005.

O facto de 88% dos cidadãos europeus não terem sequer consciência da existência dos ODM é apontado pelos responsáveis pelo estudo como um sinal de que ainda há muito para fazer na divulgação deste compromisso mundial. O nível de desconhecimento é geral, atravessando simetricamente os vários perfis sócio-demográficos. A Suécia surge como o país melhor informado (27% da população tem conhecimento dos ODM), encontrando França e Malta, ex aequo, no lugar oposto (apenas 4% dos cidadãos afirma saber de que se trata).

Quanto à confiança em atingir os objectivos em 2015, apenas 29% dos cidadãos europeus acreditam que, nessa data, se conseguirá reduzir para metade o número de pessoas que vive com menos de 1 dólar por dia (ODM 1). Os ODM 2 e 3 (educação primária e igualdade de género) despertam maior confiança (41%), mas é nos ODM 4, 5 e 6, relacionados com a saúde (mortalidade infantil, saúde materna e combate à SIDA, malária e outras doenças graves) que os europeus depositam a sua maior esperança (respectivamente, 54%, 61% e 42%). A confiança diminui quando se questionam as pessoas acerca da sustentabilidade ambiental: apenas 36% acredita que se atingirão as metas do ODM 7, sendo que são os habitualmente apontados como “países mais desenvolvidos” que lideram o descrédito (Holanda, Alemanha, Finlândia, Dinamarca e Suécia). Relativamente ao oitavo e último ODM (desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento), uma maioria (59%) acredita que a ajuda ao desenvolvimento comprometida com a redução da pobreza será aumentada até 2015, embora apenas uma minoria (41%) confie na promoção do acesso livre aos mercados dos países desenvolvidos e no cancelamento das dívidas dos países em desenvolvimento.

Quando questionados sobre as acções prioritárias que os seus governos deviam tomar para ajudar os países em desenvolvimento, os cidadãos europeus apontam como prioridades a curto prazo a redução da possibilidade de conflitos armados e guerra (32%), o cancelamento das dívidas dos países em desenvolvimento (15%) e a disponibilização de treino e conhecimento técnico aos países em desenvolvimento (14%).

3 Comments:

At 12:02 da tarde, Blogger Ana Rita Sequeira said...

Parabéns pelo blog

Nada melhor para mudar este desconhecimento que participarmos no LEVANTA-TE CONTRA A POBREZA este fim-de-semana. Haverá um grupo reunido na praça do Rossio domingo à tarde. Confirma a tua presença em salama@clix.pt

Nunca tão pouco puderam fazer tanto!! LEVANTA-TE...

 
At 5:35 da tarde, Blogger palmeira said...

Tendo em conta esta estatística, aqui fica o meu aplauso para esta vossa iniciativa!

 
At 3:47 da tarde, Anonymous Anónimo said...

As pessoas até estarão conscientes destes problemas só que, por um lado por ser algo que se passa lá longe ou na porta ao lado, e por outro porque as medidas necessárias não estão ao seu alcance (mas sim dos governantes), acabam por não pôr em prática os princípios com os quais estão de acordo.

Parece-me também que as pessoas respondem efectivamente aquando de acções concretas, como por exemplo, a entrega de brinquedos ou roupas para qualquer institutição ou a reciclagem de certos produtos. Aí a adesão é massissa.

Se calhar a solução não está tanto no repetir dos desafios (que é importante) mas mais na apresentação de propostas concretas às pessoas com vista à sua participação na prática

 

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