01 novembro 2006

Entrevista a Eveline Herfkens, a responsável pela campanha dos ODM das Nações Unidas

Os ODM começam a despertar interesse junto da imprensa portuguesa. No passado Domingo, dia 29, a Notícias Magazine (Jornal de Notícias e Diário de Notícias) publicou uma entrevista a Eveline Herfkens, a responsável pela campanha dos ODM das Nações Unidas. Com um currículo impressionante, Eveline “confessa utilizar todo o poder mediático e político que possui para fazer lobby a favor do desenvolvimento humano. E aconselha-nos a fazer o mesmo.”

Questionada quanto à viabilidade das metas definidas pelos ODM, Eveline recorda que sempre houve grandes causas por que lutar, como p. ex. mais recentemente o apartheid, cuja vitória parecia impossível. Felizmente, a História encarregou-se de provar o contrário.

A responsável pela campanha dos ODM no seio da ONU fala da divisão de tarefas entre os países ricos e os países pobres: enquanto estes têm a obrigação de atingirem os primeiros sete ODM, os primeiros têm a responsabilidade de criar um ambiente favorável a essa prossecução, providenciando ajuda suficiente e de qualidade, através, por exemplo, do perdão da dívida e do estabelecimento de regras de comércio mais justo. Mas Eveline faz questão em salientar que os ODM não são uma solução do tipo pronto-a-vestir como as políticas do FMI nos anos 70! As prioridades e as metas quantitativas dos ODM têm de ser definidas localmente, por cada país.

Para Eveline, a responsabilidade pelo cumprimento dos ODM não é das grandes organizações internacionais, como a ONU, o FMI, o Banco Mundial ou a OMC. Sendo estas instituições dependentes da vontade dos Estados que as compõem, está nas mãos dos respectivos cidadãos exigir o cumprimento das promessas. O papel da campanha que dirige é exactamente informar e formar consciências para que as pessoas possam levantar a sua voz e usar o seu voto. “Em Portugal há muito trabalho a fazer para criar consciência do papel dos governantes.” O desenvolvimento de cada país depende do nível de participação dos respectivos cidadãos.

As sondagens à opinião pública portuguesa demonstram que as pessoas se preocupam e que, nomeadamente, apesar da situação económica difícil que o país atravessa, apoiam o governo na promessa de atingir os 0,7% do Orçamento de Estado para a ajuda ao desenvolvimento. Se para além do conhecimento necessário, temos a vontade para acabar com a pobreza extrema, não podemos perder esta oportunidade!

[Não encontrámos esta entrevista disponível na internet. Se a quiseres ler na íntegra em formato pdf, por favor, contacta-nos por e-mail (
oitodesafiosaomundo@gmail.com).]

2 Comments:

At 12:12 da manhã, Blogger Francisco del Mundo said...

Li e era para vir aqui dizer... Mas vocês anteciparam-se!!!:D Belo artigo...

 
At 11:02 da manhã, Blogger ODM said...

Obrigada, Francisco. Sugestões são sempre bem-vindas!

 

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