11 outubro 2006

Calcular a poluição

Hoje em dia, assiste-se a um boom de empresas de voos super-baratos. Os destinos que alcançam são cada vez mais e nos seus leilões da internet encontram-se voos por apenas alguns cêntimos, fazendo-nos acreditar que entrar num avião é tão normal e quotidiano como entrar num comboio ou num carro. Mas, na verdade, este negócio funciona a preço de ouro para o ambiente, porque os preços baixos oferecidos aos clientes só são possíveis com a externalização radical dos maiores custos: a poluição do ar através da produção de dióxido carbono. Este gás é o principal responsável pelo efeito de estufa que provoca o aquecimento global e cujas consequências são cada vez mais reais e mais presentes no nosso dia-a-dia: ciclones e furacões, secas, inundações, etc.
Nos sites seguintes é possível calcular as emissões de gases nocivos que provocamos não só ao voar, mas também ao conduzir um carro, ao usar electricidade, ao aquecer ou refrescar a casa, entre outros. Além disso, podem encontrar-se sugestões de alternativas, de forma a evitar ou reduzir a poluição com mudanças de comportamento e para compensar os danos.

5 Comments:

At 7:11 da manhã, Blogger Nuno Andrade Ferreira said...

É o eterno dilema do desenvolvimento: Custo-beneficio. O incremento do transporte aéreo associado ao aumento dos níveis de emissão de agentes poluentes para a atmosfera. Será, contudo, sensato "pedir" à "humanidade" que abdique da capacidade de mobilidade entretanto alcançada? Ou será chegada a altura dos governos exigirem à iniciativa privada que faça um verdadeiro esforço no sentido da criação de alternativas energéticas razoáveis e menos poluentes?

 
At 11:17 da manhã, Blogger ODM said...

Definitivamente, a segunda hipótese!! Não podemos nem devemos parar o desenvolvimento mas é nossa obrigação exigir que seja ponderado e não desenfreado, exactamente para diminuir os custos e aumentar os benefícios e não só do ponto de vista económico.

 
At 12:21 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Pois, infelizmente, o ponto de vista económico tem sempre prevalecido nas políticas tomadas.

Como exemplo disso, no Reino Unido, onde apesar de tudo existe uma forte tradição de diálogo e debate das questões sociais e políticas relevantes, no que toca ao transporte aéreo o debate obviamente não surtiu efeito na prática. Ora vejamos...

Em Julho de 2002, o Departamento de Transportes lançou uma consulta pública a um relatório publicado denominado “The Future of Air Transport", onde preve a expansao do trafego aereo no pais, assim como a construcao de novos aeroportos e a expansao de alguns dos existentes.

A consulta esteve aberta até Junho de 2003, e foram enviadas respostas ao documento de diversas entidades, entre as quais a Royal Commission on Environmental Pollution (RCEP), a Sustainable development Commission (SDC) ou a Friends of the Earth (FOE).

A RCEP publicou uma série de relatórios técnicos, entre os quais “The Environmental Effects of Civil Aircraft in Flight”, onde concluem que "if no limiting action is taken, the rapid growth in air transport will proceed in fundamental contradiction to the government's stated goal of sustainable development." Na mesma data, a SDC pubicou um artigo com a mesma conclusao.

Ainda assim, em Dezembro de 2003 o referido Departamento de Transportes publicou a versão final do tal documento, que define as políticas a seguir nos próximos 30 anos, e onde mantém os planos de expansão inicialmente previstos.

Uma vez mais, os lobbies da economia foram mais fortes!

Apresento aqui alguns links interessantes relacionados com este assunto, incluindo algumas das reacções ao relatório. Boa leitura...

Resposta da RCEP à consulta pública: http://www.rcep.org.uk/news/02-05.htm

Relatório da RCEP sobre “The Environmental Effects of Civil Aircraft in Flight”:
http://www.rcep.org.uk/news/02-04.htm
http://www.rcep.org.uk/avreport.htm

Resposta da SDC ao relatório final do Departamento dos Transportes:
http://www.sd-commission.org.uk/publications/downloads/Missed%20Opportunity-Combined.pdf

Resposta do FOE relativo ao mesmo tema:
http://www.foe.co.uk/resource/briefings/air_transport_white_paper.pdf

 
At 4:46 da tarde, Anonymous Anónimo said...

A mudança ao nível da adopção de soluções menos gravosas para o ambiente só pode acontecer por imposição, isto é, por obrigação legal. Por auto-recriação de cada um de nós é dificil, não só porque uma pessoa não consegue mudar o mundo como, por vezes, é mais cómodo "deixar andar".

 
At 10:45 da manhã, Anonymous Anónimo said...

A proposito disto, i.e., o carbono, o seu uso e abuso, calculo e "offsets", etc., a "News Internationalist" dedicou o seu numero de Julho passado, q pode ser consultado em:

http://www.newint.org/issues/2006/07/01/

Boas leituras...

 

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