Microcrédito merece Nobel da Paz
“Todo e cada indivíduo no mundo tem o potencial e o direito de viver uma vida decente.” – estas são algumas das palavras com que a Comissão Nobel justificou a atribuição do Prémio Nobel da Paz deste ano, anunciado no passado dia 13, ao Grameen Bank e ao seu fundador, Muhammad Yunus (também conhecido como “o banqueiro dos pobres”) pelos esforços no sentido de criar desenvolvimento económico e social através do microcrédito.
O microcrédito é um instrumento financeiro de apoio ao desenvolvimento económico e social que assenta no modelo económico from below. Em contraposição aos modelos definidos a partir das cúpulas (organizações e Estado), que têm demonstrado alguns fracassos na erradicação da pobreza, o microcrédito concentra a ajuda ao desenvolvimento nos destinatários finais, as pessoas pobres, confiando no seu sentido de responsabilidade potenciado pela “condenação” social de um eventual incumprimento, ajudando-os a criar o seu próprio negócio, através da criação de microempresas. É concedido a pessoas que, sem acesso a créditos normais, demonstrem capacidade e condições para desenvolver uma actividade concreta.
O Grameen Bank foi fundado em 1976 no Bangladesh, embora o modelo do microcrédito já tenha sido adoptado em diversos países, como os EUA ou o Uganda, tendo inclusivamente inspirado o lançamento de iniciativas de microcrédito em Portugal.
Segundo a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC), em Portugal, no ano de 2005, havia 153 processos de microcrédito, o que correspondia a cerca de 700.000 EUR. O resultado? 630 novas empresas e 700 novos postos de trabalho. Relativamente ao ano de 2004, estes números representam um aumento de 142% quanto ao número de empréstimo e de 119% quanto ao volume de crédito.
Mas porquê o Nobel da Paz e não o da Economia? É consensual a relação entre a pobreza a o desencadear de guerras (“a paz duradoura não pode ser alcançada se grandes grupos de população não encontrarem condições para sair da pobreza”, conforme lembra a Comissão Nobel), para não referir, nas palavras de Bruto da Costa, Presidente do Conselho Económico e Social, que “a pobreza e a fome significam em si próprias uma situação de violência”.
Parece-nos claro que o fim da pobreza não pode ser alcançado em exclusivo pelo microcrédito, mas Yunus e o Grameen Bank têm demonstrado que este é um instrumento importante e eficaz nessa luta.
Fontes: http://diariodigital.sapo.pt/, http://sic.sapo.pt/, http://jpn.icicom.up.pt/, http://www.publico.clix.pt/ e Correio da Manhã, 14/10/2006, pp. 1, 6 e 7.
O microcrédito é um instrumento financeiro de apoio ao desenvolvimento económico e social que assenta no modelo económico from below. Em contraposição aos modelos definidos a partir das cúpulas (organizações e Estado), que têm demonstrado alguns fracassos na erradicação da pobreza, o microcrédito concentra a ajuda ao desenvolvimento nos destinatários finais, as pessoas pobres, confiando no seu sentido de responsabilidade potenciado pela “condenação” social de um eventual incumprimento, ajudando-os a criar o seu próprio negócio, através da criação de microempresas. É concedido a pessoas que, sem acesso a créditos normais, demonstrem capacidade e condições para desenvolver uma actividade concreta.
O Grameen Bank foi fundado em 1976 no Bangladesh, embora o modelo do microcrédito já tenha sido adoptado em diversos países, como os EUA ou o Uganda, tendo inclusivamente inspirado o lançamento de iniciativas de microcrédito em Portugal.
Segundo a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC), em Portugal, no ano de 2005, havia 153 processos de microcrédito, o que correspondia a cerca de 700.000 EUR. O resultado? 630 novas empresas e 700 novos postos de trabalho. Relativamente ao ano de 2004, estes números representam um aumento de 142% quanto ao número de empréstimo e de 119% quanto ao volume de crédito.
Mas porquê o Nobel da Paz e não o da Economia? É consensual a relação entre a pobreza a o desencadear de guerras (“a paz duradoura não pode ser alcançada se grandes grupos de população não encontrarem condições para sair da pobreza”, conforme lembra a Comissão Nobel), para não referir, nas palavras de Bruto da Costa, Presidente do Conselho Económico e Social, que “a pobreza e a fome significam em si próprias uma situação de violência”.
Parece-nos claro que o fim da pobreza não pode ser alcançado em exclusivo pelo microcrédito, mas Yunus e o Grameen Bank têm demonstrado que este é um instrumento importante e eficaz nessa luta.
Fontes: http://diariodigital.sapo.pt/, http://sic.sapo.pt/, http://jpn.icicom.up.pt/, http://www.publico.clix.pt/ e Correio da Manhã, 14/10/2006, pp. 1, 6 e 7.
1 Comments:
A este propósito recomendo, ainda, vivamente, a leitura da reportagem da Visão, desta semana.
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