01 março 2007

"Máquinas parideiras" made in Japan

O ODM 5 (melhorar a saúde materna) passa também pelo respeito pela maternidade. Ora, se o Japão e os outros países desenvolvidos não têm graves problemas com a taxa de mortalidade materna, ainda têm muito que trabalhar na defesa de melhores condições na maternidade.

O Ministro da Saúde Japonês, Hakuo Yanagisawa, foi alvo de críticas por, num discurso sobre a queda da taxa de natalidade, em que o respectivo governo anunciava estratégias para lidar com a diminuição da população, se referir às mulheres como “máquinas parideiras”. "O número de mulheres entre os 15 e os 50 anos é estável. O número de máquinas parideiras é estável, pelo que, o que todos podemos pedir é que façam o seu melhor.”

Yanagisawa ter-se-á arrependido, tendo admitido à agência noticiosa Kyodo News que a sua linguagem foi pouco civilizada. Todavia, o líder do Partido Democrata Liberal (força partidária no governo) parece não lhe ter perdoado e declarou à imprensa que “Foi muito indelicado com as mulheres. A gravidez é naturalmente um assunto que só às mulheres e às respectivas famílias diz respeito.”

Foi em 2005 que a taxa de natalidade japonesa registou o recorde mínimo: 1,26 nascimentos por mulher. O governo japonês pretende desenvolver medidas para inverter esta tendência e, em Junho de 2006, adoptou medidas de incentivo à natalidade, promovendo a igualdade de género e criando “recompensas” às empresas que flexibilizem o horário de trabalho para assistência à família. Porém, os elevados custos de criar uma criança e a tradicional pressão social para que as mulheres deixem de trabalhar após o parto resultam na decisão feminina de ter poucas ou mesmo nenhuma criança.

Fonte:
International Planned Parenthood Federation