05 agosto 2007

Cimeira G8 em Heiligendamm, Alemanha: as críticas

Nos dias 6 a 8 de Junho deste ano, a cimeira das oito nações mais ricas do mundo teve lugar em Heiligendamm, uma pequena aldeia na costa alemã do mar Báltico. Coordenada pela Alemanha no âmbito da sua presidência da UE, a cimeira focou os grandes temas “crescimento e responsabilidade”, com os objectivos principais de “desenhar a globalização” e “ajudar o desenvolvimento de África”. Os chefes de estado da Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão, EUA, Canada e Rússia discutiram assuntos tão diversos como comércio, segurança nuclear, parceria global, terrorismo, a crise em Darfur/ Sudão, alterações climáticas, eficiência energética e a responsabilidade para com África. Assim sendo, foram aprovados uma série de documentos.

A principal crítica da Sociedade Civil relacionada com este encontro baseia-se na falta de legitimação democrática. Estes oito países, que em conjunto só reúnem 13% da população global, declararam-se autorizados a decidir sobre o fado de todos. Embora uma selecção de países africanos (Egipto, Argélia, Nigéria, Senegal, África do Sul, Etiópia e Gana, assim como um representante da União Africana e o Secretário Geral da ONU) tenha sido escolhida para participar numa sessão de uma hora e meia sobre África, e uma outra selecção de países (Brasil, China, Índia, México e África do Sul) tenha sido permitida de participar na sessão sobre crescimento e estabilidade na economia global, estes círculos fechados excluem milhões de pessoas, as suas necessidades e preocupações.

Outro ponto crítico são os resultados da cimeira, que para muitos especialistas ficaram aquém das esperanças e das expectativas. Assim, os compromissos acordados não chegam para alcançar os ODMs e evitar o colapso climático. Sobretudo, estes compromissos ficam longe do possível.

Por estes razões e outras, a sociedade civil organizou uma seria de protestos e uma
cimeira alternativa, onde uma visão mais abrangente da globalização e suas alternativas foram discutidas. Aqui, estiveram na agenda assuntos não considerados pela cimeira oficial, como a justiça social, ambiente, a situação das mulheres e muitos outros.
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