05 março 2007

Secretário-Geral da ONU denuncia novas formas de escravidão no mundo

O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, expressou Sábado em Nova Iorque a sua repugnância pelo facto de ainda existir, 200 anos depois da abolição do tráfico de escravos, certas práticas semelhantes à escravidão em alguns países do mundo.
"Trata-se principalmente da servidão por causa das dívidas e do uso das crianças em conflitos armados", indignou-se Ki-moon Sábado quando presidia à cerimónia de abertura duma exposição organizada no Quartel-Geral das Nações Unidas alusivo ao 200º aniversário da abolição do comércio transatlântico de escravos.
O ex-vice-ministro sul-coreano dos Negócios Estrangeiros declarou que "as vítimas têm muito medo de falar e, apesar de tudo que foi realizado durante a nossa campanha para os direitos humanos, temos ainda muita coisa por fazer".
Para o sucessor de Kofi Annan, esta exposição é mais do que toda a história do triunfo sobre o comércio dos escravos, exortando os visitantes a inspirar-se na lição e contribuir para o combate a todas as formas de escravidão.
"Vemos também homens e mulheres que lutam para salvaguardar a sua dignidade e cultura num mundo impiedoso. Devemos actualmente terminar o trabalho que nos espera", indicou o Secretário-Geral da ONU.
Esta exposição dum mês, organizada no salão dos visitantes do Quartel-Geral das Nações Unidas e intitulada "Lembremo-nos do Triunfo sobre a Escravidão", ilustra as práticas culturais, políticas, económicas e sociais dos africanos dominados e submetidos às condições desumanas da escravidão.
A manifestação foi organizada pelo Departamento da Informação Pública das Nações Unidas e pelos Estados-membros da Comunidade Caribenha (CARICOM), em associação com o Centro Schomburg para a Pesquisa sobre a Cultura Negra.
A exposição coincide com o dia internacional da comemoração do 200º Aniversário da Abolição da Escravidão Transatlântica, prevista para 25 de Março pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Há 200 anos, o presidente norte-americano Thomas Jefferson assinou uma lei abolindo o comércio dos escravos e, durante o mesmo período, o Parlamento britânico interditou o comércio dos escravos em todo o território do império britânico.

Fonte:
www.panapress.com - 04/03/2007