12 fevereiro 2007

China perdoa a dívida pública moçambicana

O Presidente chinês, Hu Jintao, anunciou na última semana a anulação da dívida pública moçambicana de cerca de 20 milhões de dólares americanos devida à China entre 1980 e 2005. Hu, que efectuou uma visita de 24 horas a Moçambique, no quadro duma digressão por oito países africanos, fez este anúncio após encontros oficiais com o seu homólogo moçambicano, Armando Guebuza.
O Presidente chinês anunciou igualmente que o número de produtos de exportação moçambicanos que podem entrar na China com isenção de taxas passou de 190 para 442. Contudo, uma lista destes produtos ainda não está disponível. As trocas entre a China e Moçambique aumentam rapidamente. Hu indicou que elas se estimam em 200 milhões de dólares americanos por ano, seis vezes mais do que em 2001.
Na presença de Guebuza e Hu, oficiais chineses assinaram acordos de empréstimos com os seus homólogos moçambicanos. O mais importante deles é um empréstimo em condições preferenciais do Governo chinês de um bilião e 200 milhões de yuans (cerca de 155 milhões de dólares americanos). As taxas de juro e os termos do reembolso não foram precisados, mas sabe-se que 40 milhões de dólares americanos suplementares do banco "China Eximbank" serão investidos nas infraestruturas públicas moçambicanas. O Governo chinês concedeu igualmente a Moçambique um empréstimo sem juros de 15 milhões de dólares americanos para a construção dum novo estádio nacional. As autoridades moçambicanas têm a intenção de terminar a construção deste estádio até 2010 para aproveitar as vantagens do Campeonato do Mundo de futebol que será organizado na vizinha África do Sul. Hu prometeu igualmente o apoio da China para a construção dum centro piloto sobre as técnicas agrícolas na província de Nampula (norte).
Estes acordos, de acordo com ele, entram no quadro da aplicação das decisões tomadas no Fórum sobre a Cooperação China-África que decorreu em Beijing em Novembro passado. Durante este fórum, Hu prometeu duplicar a ajuda chinesa à África até 2009 e cancelar as dívidas dos Países Menos Avançados (PMA) com maturidade em finais do ano 2005 (excepto alguns países que não têm relações diplomáticas com a China por terem preferido reconhecer Taiwan). A série de medidas anunciada em Dezembro compreendia igualmente um aumento importante dos produtos africanos que podem entrar no mercado chinês sem pagar direitos aduaneiros, um acordo de três biliões de dólares americanos de empréstimos em condições preferenciais e de dois biliões de dólares americanos de crédito preferencial em África entre 2007 e 2009.
Após a assinatura dos documentos, o Presidente moçambicano disse que "estamos certos que estes acordos não vão responder a todos os desafios colocados pela luta contra a pobreza, mas são preciosos neste sentido que completam os esforços do povo moçambicano".

Fonte: www.panapress.com