03 fevereiro 2007

73% dos adultos portugueses nunca fizeram o teste do VIH/SIDA

Um estudo desenvolvido pela Coordenação Nacional para a Infecção VIH/SIDA e pela APIFARMA (Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica) revela que apesar de um reconhecimento do VIH/SIDA enquanto problema de saúde pública (89,5%), a maioria da população portuguesa nunca realizou provas para a detecção da infecção pelo VIH. Apenas 26,5% dos inquiridos referem já ter feito o teste do VIH/SIDA, sendo que destes 47% o fez por iniciativa própria.

Numa acção de esforço para alterar esta realidade, e criar rotinas de rastreio, a APIFARMA e a Coordenação Nacional para a Infecção VIH/SIDA – Alto Comissariado da Saúde, acabam de assinar um protocolo de cooperação do qual irá resultar uma campanha de sensibilização no âmbito do diagnóstico da infecção VIH/SIDA.

O estudo teve como principal objectivo avaliar a percepção dos portugueses em relação ao VIH/SIDA, o grau de preocupação com o problema, formas de transmissão, reconhecimento do risco inerente e conhecimento das plataformas de apoio e informação sobre o vírus. A generalidade dos inquiridos (89,5%) demonstra reconhecer a infecção VIH/SIDA enquanto um real problema de saúde pública e 85,1% afirma preocupar-se de facto muito com este problema.

O posicionamento dos inquiridos face à realização do teste do VIH/SIDA reflecte-se ainda no que respeita a quem deve realizar o diagnóstico. 47,3% da amostra considera que toda a população deveria fazer o teste, sendo que os restantes inquiridos consideram que devem ser apenas os toxicodependentes e a população mais vulnerável a realizá-lo. O estudo levado a cabo pela Marktest analisou ainda o conhecimento dos inquiridos face aos Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH/SIDA (CADs), verificando um crescimento do número de pessoas que estão informadas sobre estes locais, face a 2005 (57,7% em 2005 e 61% em 2006).

Para Henrique Barros, Coordenador Nacional para a Infecção VIH/SIDA, “a criação de uma rotina de diagnóstico na população, além de constituir uma acção preventiva à transmissão do vírus, permite também tratar mais cedo, conseguindo-se assim maior qualidade e esperança de vida nas pessoas VIH positivas, bem como obter um conhecimento epidemiológico da doença mais próximo da realidade”.

97,5% da amostra refere ainda as relações sexuais desprotegidas como a principal forma de transmissão do VIH, destacando-se o facto de ainda existirem preconceitos face à forma de contágio, tendo 5% indicado o aperto de mão e o abraço como uma forma de transmissão.

A SIDA, provocada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), entra no organismo através do contacto sexual desprotegido com uma pessoa infectada, contactos sanguíneos, e da mãe infectada para o filho, apesar desta última forma de transmissão poder ser evitada mediante diagnóstico e tratamento precoce. Ao entrar no organismo o VIH ataca o sistema imunológico, tornando a pessoa infectada (seropositiva) permeável a outras doenças, as chamadas infecções oportunistas.

Fonte:
Coordenação Nacional da Infecção VIH/SIDA