22 março 2007

Cada vez mais iniciativas ligadas aos ODM

Os ODM são um desafio mundial, que vários Estados se comprometeram a
atingir até 2015. Tal como o nosso projecto outros projectos paralelos vão nascendo eis uma nova equipa dedicada a informar cada vez mais a população portuguesa sobre este tema tal como nós “OITODESAFIOSAO MUNDO” estamos a tentar fazê-lo.

Sobre esta temática, verifica-se um grande défice de informação pelo que surge mais um espaço de debate e discussão sobre este tema.

Assim sendo, convidamos todas as pessoas interessadas a participar na nova Comunidade de Aprendizagem cujos objectivos são:

- sensibilizar e fornecer ferramentas de reflexão/intervenção;

- criar as bases para a construção conjunta de saberes.

Para que nos tornarmos agentes mais activos na mudança que a Declaração do
Milénio solicita.

Porque mudar é possível!

A equipa de facilitação, disponibiliza esta plataforma para a discussão
livre e aprendizagem conjunta, sobre as temáticas referentes aos ODM.

Novos fóruns serão abertos consoante as expectativas dos participantes.

Para cada novo tema (fórum), a equipa de facilitação compromete-se a
disponibilizar informação pertinente, orientar as leituras, colocar questões
que possam dinamizar o debate…

Para iniciar a interacção basta: aceder a www.acto-consult.eu/forum e escolher a sala!

Comunidades de Prática (COP):

- Reflexões e Práticas em torno dos Objectivos de Desenvolvimento do
Milénio.
- Proceder à inscrição (gratuita) e seguir os dois passos correspondentes ao
"Fórum Notícias" e "Fórum Inscrições, apresentações e expectativas".

O leque é cada vez mais vasto para que as pessoas possam estar informadas sobre os ODM e a população portuguesa possa descer os níveis de desconhecimento desta realidade internacional.

19 março 2007

Prémio Norte-Sul para Francisco Van Der Hoff

Van Der Hoff, figura histórica do Comércio Justo, é galardoado com o prémio "Norte-Sul" do Conselho da Europa, numa cerimónia realizada hoje em Lisboa. O padre Francisco Van der Hoff está em Lisboa para receber o prestigiado prémio "Norte-Sul", atribuído anualmente pelo Conselho da Europa a personalidades mundiais que se destacam na área da cooperação e do desenvolvimento.
A cerimónia de entrega da 12ª edição do Prémio "Norte-Sul", terá lugar na Sala do Senado da Assembleia da República pelas 11h30 numa sessão presidida por S. Exª O Senhor Presidente da República e S. Exª O Senhor Presidente da Assembleia da República. Este prémio surge como corolário do extraordinário trabalho que tem desenvolvido ao nível do Comércio Justo.
Van der Hoff cresceu no seio de uma família holandesa pobre e dedicada à agricultura. Após ter estudado economia em universidades norte-americanas, envolveu-se a fundo no Comércio Justo, enquanto movimento de promoção da dignidade e dodesenvolvimento dos produtores das zonas mais pobres do mundo, sendo um dos fundadores e principais impulsionadores da conhecida organização holandesa Max Havelaar. Nos anos 70, deambulou por toda a América Latina, procurando defender os direitos e apoiar a afirmação das populações mais pobres e marginalizadas, frequentemente contra as ditaduras brutais que fustigavam esses países. Acabou por sediar-se nas montanhas de Oaxaca, no sul do México, onde vive há mais de 20 anos, no seio de uma comunidade de produtores de Café. Evitando sempre uma posição de protagonismo, tem desenvolvido um trabalho impressionante com esta comunidade, apoiando a criação e desenvolvimento da cooperativa UCIRI, um dos projectos de comércio justo mais bem sucedidos em todo o mundo e que responsável por retirar uma comunidade de cerca de 10.000 habitantes da situação de miséria extrema em que se encontravam nos anos 80, sendo hoje uma organização forte, inovadora e próspera.
Nesta sua passagem por Lisboa, o Padre Francisco Van Der Hoff, acompanhado por Guadalupe Quirroz, Presidente da Fair Trade México, é também convidado da Associação Cores do Globo no seu espaço comercial. Hoje, entre as 18h e as 21h, a Mercearia do Mundo estará excepcionalmente aberta para, entre cafés UCIRI e outros produtos justos (para ver e provar), proporcionar um encontro de pessoas e ideias a favor da justiça e dignidade, com a presença inestimável de figuras preponderantes do Comércio Justo.

Fonte: Salomé Ribeiro -
http://gaia.org.pt

11 março 2007

Uma Semana do Tamanho do Mundo

“O mundo começa aqui, na nossa vida, na nossa experiência de vida.”

A formação “Os ODM: um Desafio à Responsabilidade Social”, organizada pela UrbÁfrica, está a chegar ao fim. E nada melhor para terminar do que mostrar o que está a fazer para continuar… continuar a informar e fazer debater os ODM. É com este espírito que surge “Uma Semana do Tamanho do Mundo”, em Lisboa e em Guimarães.

Programação Lisboa
- Exposição de Fotografia “A Partilha do Indivisível”, Fórum Lisboa, inauguração no dia 14 de Março às 18h, de 15 a 18 de Março, das 10h às 18h;
- Instalação de Sara Lisboa, Fórum Lisboa, inauguração no dia 14 de Março às 18h, de 15 a 18 de Março, das 10h às 18h;
- Debate / Workshop “Educação para o Desenvolvimento: Estudo de Casos Especiais”, Fórum Lisboa, 16 de Março, das 16h às 17h30 (debate público acerca de projectos, acções e estudos desenvolvidos no âmbito da acção de formação do projecto “Metas 2015: Responsabilidade Social”; debate e reflexão acerca da capacidade empreendedora, inovadora e criativa da sociedade civil);
- Seminário público “Cooperação para o Desenvolvimento, no quadro dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio”, Fórum Lisboa, 16 de Março, das 18h às 19h30 (seminário público para a partilha, debate e reflexão em volta das questões mais prementes e contemporâneas do desenvolvimento humano, social e ambiental a nível mundial);
- Atelier Animação do Livro e da Leitura, Fórum Lisboa, 17 de Março, das 10h30 às 12h (com o objectivo de realçar a importância do livro na Educação para o Desenvolvimento, incentivar o relacionamento com os livros, apreciar a qualidade literária e estética de alguns livros infantis, despertando o gosto pela fruição do livro, conhecer as muitas abordagens do livro e da leitura, criar a história como quem "cria um mundo", estimular as representações infantis) - para crianças dos 6 aos 10 anos de idade.

Programação Guimarães:
- Exposição de Fotografia “A Partilha do Indivisível”, Museu de Arte Primitiva Moderna (Largo da Oliveira), de 22 de Março a 5 de Abril, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30;
- Instalação de Sara Lisboa, Museu de Arte Primitiva Moderna (Largo da Oliveira), de 22 de Março a 5 de Abril, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30;
- Atelier Animação do Livro e da Leitura, Biblioteca Municipal Raul Brandão, 23 de Março, das 10h30 às 12h;
- Fórum “Educação para o Desenvolvimento”, Biblioteca Municipal Raul Brandão, 23 de Março, das 16h às 18h.

Informações e contactos:
Princesa Peixoto e Alda Moreira
Gabinete de Cooperação Técnica e Formação
União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, UCCLA URBÁFRICA
Rua de São Bento, 640
1250 – 222 Lisboa
T. 21 384 56 22 / 00
F. 21 385 25 96
ppeixoto@uccla.pt alda.moreira@uccla.pt
www.uccla.pt

08 março 2007

Expedição Humanitária: A Caminho da Guiné-Bissau

Um grupo de 16 aventureiros partiu a semana passada para a Guiné-Bissau de jipes, logo após uma breve cerimónia nos paços do concelho, em Coimbra. O roteiro inclui vários países: Espanha, Marrocos, Sahara Ocidental, Mauritânia, Senegal e Gâmbia.

Em declarações à Lusa, o responsável pela organização da expedição, Luís Cepo adiantou que, a caminho da capital da Guiné-Bissau, segue já um contentor com 20 toneladas de material oferecido por várias entidades e particulares.

O contentor, que segue via marítima transporta material médico, incluindo uma sala completa para tratamentos ginecológicos, camas pediátricas hospitalares, livros, material desportivo, brinquedos entre outros bens materiais que farão a diferença. Este material irá ser depois distribuído em várias localidades da Guiné-Bissau, contando com a ajuda da embaixada portuguesa na capital guineense.

Para custear a expedição, a organização contou com vários apoios financeiros, materiais e institucionais, como a Fundação Bissaya Barreto, a ONG Saúde em Português, NOKIA Portugal, Câmara de Coimbra, Junta de Freguesia de Taveiro, Caixa de Crédito Agrícola e o cantor José Cid.

Fonte

07 março 2007

Crise em Timor

A atenção da comunidade internacional voltou-se, mais uma vez, para a situação em Timor-Leste e para a tensão crescente entre o líder rebelde Alfredo Reinado e o Governo, semanas antes das próximas eleições presidenciais, a realizar em Abril.
Reinado fugiu da prisão em Agosto último e liderou a revolta que assolou o país o ano passado e, desta vez, promete criar condições para uma guerra civil caso algum mal lhe aconteça entretanto.
O Presidente Xanana Gusmão ordenou a sua prisão sob a acusação de roubo de armas de um posto de polícia. A porta-voz das NU afirmou que apesar de a situação ser delicada, não está ainda fora de controlo e recusa a ideia de uma guerra civil caso Reinado seja preso.
Ameaça real ou não, a verdade é que a Austrália já declarou que irá retirar algum staff e as suas famílias da sua embaixada em Díli e Timor volta a mostrar as suas fragilidades


http://www.alertnet.org/db/blogs/20316/2007/02/5-131743-1.htm

05 março 2007

Secretário-Geral da ONU denuncia novas formas de escravidão no mundo

O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, expressou Sábado em Nova Iorque a sua repugnância pelo facto de ainda existir, 200 anos depois da abolição do tráfico de escravos, certas práticas semelhantes à escravidão em alguns países do mundo.
"Trata-se principalmente da servidão por causa das dívidas e do uso das crianças em conflitos armados", indignou-se Ki-moon Sábado quando presidia à cerimónia de abertura duma exposição organizada no Quartel-Geral das Nações Unidas alusivo ao 200º aniversário da abolição do comércio transatlântico de escravos.
O ex-vice-ministro sul-coreano dos Negócios Estrangeiros declarou que "as vítimas têm muito medo de falar e, apesar de tudo que foi realizado durante a nossa campanha para os direitos humanos, temos ainda muita coisa por fazer".
Para o sucessor de Kofi Annan, esta exposição é mais do que toda a história do triunfo sobre o comércio dos escravos, exortando os visitantes a inspirar-se na lição e contribuir para o combate a todas as formas de escravidão.
"Vemos também homens e mulheres que lutam para salvaguardar a sua dignidade e cultura num mundo impiedoso. Devemos actualmente terminar o trabalho que nos espera", indicou o Secretário-Geral da ONU.
Esta exposição dum mês, organizada no salão dos visitantes do Quartel-Geral das Nações Unidas e intitulada "Lembremo-nos do Triunfo sobre a Escravidão", ilustra as práticas culturais, políticas, económicas e sociais dos africanos dominados e submetidos às condições desumanas da escravidão.
A manifestação foi organizada pelo Departamento da Informação Pública das Nações Unidas e pelos Estados-membros da Comunidade Caribenha (CARICOM), em associação com o Centro Schomburg para a Pesquisa sobre a Cultura Negra.
A exposição coincide com o dia internacional da comemoração do 200º Aniversário da Abolição da Escravidão Transatlântica, prevista para 25 de Março pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Há 200 anos, o presidente norte-americano Thomas Jefferson assinou uma lei abolindo o comércio dos escravos e, durante o mesmo período, o Parlamento britânico interditou o comércio dos escravos em todo o território do império britânico.

Fonte:
www.panapress.com - 04/03/2007

01 março 2007

Fórum Económico Mundial vs Fórum Social Mundial

É já rotina no início de cada ano. Empresários, políticos, líderes de opinião e figuras públicas acorrem à estância suíça de Davos para um “brain-storming” ao mais alto nível. Mas no Fórum Económico Mundial (FEM), que se realiza desde 1971, a tradição já não é o que era.

Activistas como os músicos Bono Vox (U2) e Peter Gabriel tornaram-se veteranos desta “cimeira do capitalismo mundial”, como dizem as hostes antiglobalização; as organizações não-governamentais têm lugar cativo entre os participantes; e até Lula da Silva, Presidente do Brasil, optou por privar com a elite de Davos e não pôr os pés no Fórum Social Mundial (FSM) – a cimeira antiglobalização que funciona como contrapeso a Davos e que terminou no dia 25 de Janeiro, em Nairobi (Quénia).

Dir-se-ia que aos poucos o “espírito de Porto Alegre” – a cidade brasileira onde nasceu o FSM – contagia Davos. Com as expectativas económicas em alta, as alterações climáticas e a segurança energética ocupam este ano o topo da agenda da cimeira. “É importante estarmos presentes”, disse ao Expresso Nigel Capbell, porta-voz da organização ambiental Greenpeace. “Lá, encontramo-nos cara a cara com os líderes das empresas que têm o poder real de fazer algo em relação a pressões ambientais como as alterações climáticas, a desflorestação, a pesca não sustentável, a engenharia genética, os lixos tóxicos e o desarmamento nuclear”, disse.

Desde que, em 2000, Davos abriu portas às organizações não governamentais, a sua agenda começou a competir com a do FSM em temáticas que, até então, eram bandeiras exclusivas do movimento antiglobalização. Paralelamente, a ecologia deixou de ser vista como uma preocupação de intelectuais e a pobreza como um dano colateral da criação da riqueza.

Mas visto a partir de Nairobi, Davos continua a ser um clube restrito, onde se decide o que é melhor para o resto do mundo. Após sete edições, o FSM continua apostado em levar a sua dinâmica aos quatro cantos do mundo. No ano passado, o evento foi policêntrico, realizando-se na Venezuela, no Mali e no Paquistão; este ano, privilegiou África. Mas faltou em Nairobi o que, por vezes, transborda em Davos – o mediatismo.

A afluência de estrelas de Hollywood atenuou a conotação capitalista de Davos, mas transformou o evento num “circo”. Em 2006, a imprensa interessou-se mais pela presença de Angelina Jolie e Brad Pitt do que pela sua causa. Já no ano anterior, o activismo de Sharon Stone deitara por terra toda e qualquer pretensão filantrópica de Davos. Quando o Presidente da Tanzânia disse que a malária mata por ano um milhão de pessoas, por falta de coisas tão básicas quanto mosquiteiros, a actriz levantou-se e doou 10 mil dólares. Em dez minutos, foi angariado mais de um milhão de dólares, mas só uma pequena parte foi de facto honrada.

Excertos do artigo Fórum de Davos “rendido” ao espírito de Porto Alegre, escrito por Margarida Mota e publicado no Expresso de 27/01/2007

Greenpeace publica relatório "Energy (R)evolution"

Uma vez que as mudanças climatéricas são actualmente o maior desafio para todos nós, a ONGA (Organização Não-Governamental para o Ambiente) Greenpeace publicou em Janeiro de 2007 um relatório que indica o caminho para a redução para metade das emissões globais de carbono até 2050. Esta abordagem baseia-se em tecnologias existentes e visa fornecer uma energia financeiramente acessível para os consumidores e a indústria tal como, garantir o crescimento económico. Estas soluções significam uma revolução nas políticas de energia e uma evolução em como usamos a energia.

Em concreto, as propostas da Greenpeace passam por energias renováveis que os autores acham competitivas, caso os governos reduzam e finalmente acabem com os subsídios para fontes fósseis e nucleares. O princípio deveria ser: quem polui, paga.

Um outro pilar essencial da estratégia é a poupança e o uso mais eficaz da energia existente. Finalmente, é importante que os grandes países em desenvolvimento como a Índia, a China e o Brasil cresçam e avancem no seu desenvolvimento, usando energias renováveis, evitando, desta maneira, os erros das economias dos países do Norte Global.

O relatório foi criado em conjunto com o
European Renewable Energy Council (EREC) e especialistas da German Space Agency, incluindo mais de 30 cientistas e engenheiros de universidades, de institutos e da indústria de energia renovável do mundo inteiro.

Fonte:
http://www.greenpeace.org/international/news/energyrevolution-250107

Malária é a doença "importada" que mais mata em Portugal

Em Portugal, as “consultas do viajante” são já uma realidade e permitem preparar as idas ao estrangeiro prevenindo algumas patologias. Saraiva da Cunha, professor universitário e especialista na área, refere ser “possível eliminar-se quase totalmente o risco de Malária com a prevenção adequada, feita antes da viagem”.

Dados apresentados no VIII Congresso Nacional de Doenças Infecciosas, realizado há pouco tempo no Porto, revelam que em Portugal, a Malária mata dez vezes mais que todas as outras doenças “importadas” somadas e pode conduzir à morte do doente num curto período de tempo.

As outras doenças do viajante que merecem preocupação nos serviços de saúde portugueses que seguem estas patologias são a chamada Diarreia do Viajante, as Hepatites A e B e a Leptospirose, uma doença que habitualmente se contrai em actividades de lazer. E visto não existirem em Portugal registos de aves infectadas, a “Gripe das Aves” também é considerada uma doença do viajante. Qualquer caso registado em solo português será um caso importado.

Os outros temas apresentados no congresso relacionaram-se com as complicações decorrentes dos tratamentos anti-retrovíricos e infecção pelo VIH Sida na criança e no idoso, as resistências antimicrobianas e a transmissão materna do VIH e a infecção pediátrica.

Fonte: MNI - Médicos Na Internet – www.mni.pt

"Máquinas parideiras" made in Japan

O ODM 5 (melhorar a saúde materna) passa também pelo respeito pela maternidade. Ora, se o Japão e os outros países desenvolvidos não têm graves problemas com a taxa de mortalidade materna, ainda têm muito que trabalhar na defesa de melhores condições na maternidade.

O Ministro da Saúde Japonês, Hakuo Yanagisawa, foi alvo de críticas por, num discurso sobre a queda da taxa de natalidade, em que o respectivo governo anunciava estratégias para lidar com a diminuição da população, se referir às mulheres como “máquinas parideiras”. "O número de mulheres entre os 15 e os 50 anos é estável. O número de máquinas parideiras é estável, pelo que, o que todos podemos pedir é que façam o seu melhor.”

Yanagisawa ter-se-á arrependido, tendo admitido à agência noticiosa Kyodo News que a sua linguagem foi pouco civilizada. Todavia, o líder do Partido Democrata Liberal (força partidária no governo) parece não lhe ter perdoado e declarou à imprensa que “Foi muito indelicado com as mulheres. A gravidez é naturalmente um assunto que só às mulheres e às respectivas famílias diz respeito.”

Foi em 2005 que a taxa de natalidade japonesa registou o recorde mínimo: 1,26 nascimentos por mulher. O governo japonês pretende desenvolver medidas para inverter esta tendência e, em Junho de 2006, adoptou medidas de incentivo à natalidade, promovendo a igualdade de género e criando “recompensas” às empresas que flexibilizem o horário de trabalho para assistência à família. Porém, os elevados custos de criar uma criança e a tradicional pressão social para que as mulheres deixem de trabalhar após o parto resultam na decisão feminina de ter poucas ou mesmo nenhuma criança.

Fonte:
International Planned Parenthood Federation

Brasil reduz mortalidade infantil

De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em cinco anos, a mortalidade infantil no Brasil caiu 14,3 por cento, ao passar de 30,1 por cento, em 2000, para 25,8 por cento, em 2005.

Na avaliação do Instituto, esta redução pode ser devida a algumas acções, tanto de órgãos governamentais como não-governamentais, sobretudo, no campo da saúde. Ainda assim, os contrastes regionais e sociais continuam a marcar grandes diferenças.

Em 2005, o Estado com taxa de mortalidade infantil mais baixa foi o de Rio Grande do Sul, com 14,3 por cento, seguido de São Paulo, com 16,5 por cento. Já em Alagoas e no Maranhão, em cada mil crianças nascidas vivas em 2005, respectivamente, 53,7 por cento e 42,1 por cento faleceram antes de completar o primeiro ano de vida. Esses Estados apresentaram as taxas de mortalidade infantil mais elevadas, em 2005.

O aumento da população idosa no país também é apontado como um outro factor positivo pelo estudo, uma vez que a população com 65 anos ou mais cresceu 45 por cento entre 1991 e 2000.

De acordo com o IBGE, os factores que mais contribuíram para a redução da mortalidade infantil e o aumento da população idosa foram: a melhoria no acesso da população aos serviços de saúde, o crescimento do número de mulheres atendidas na fase pré-natal, o incentivo ao aleitamento materno, o aumento do nível de escolaridade e as campanhas nacionais de vacinação.

O IBGE destaca que o Brasil tem umas das maiores coberturas em campanhas de vacinação, com índices de 95 por cento na imunização de crianças e 83 por cento no caso dos idosos. Além deste facto, o Brasil tem 56,5 milhões de alunos matriculados no ensino básico, 49 milhões deles na rede pública. Números considerados bastante positivos.

Fonte: Ronny Marinoto –
www.alem-mar.org

O duplo dividendo da igualdade do género

Foi publicado recentemente, pela UNICEF, o Relatório “Situação Mundial da Infância 2007” que aborda as condições de vida das mulheres e das crianças em todo o mundo, dado que a igualdade do género e o bem-estar das crianças são indissociáveis. Ao longo dos tempos é cada vez mais visível que, quando a mulher é privada de oportunidades igualitárias dentro da sociedade, as crianças sofrem, e vice-versa, isto é, se as mulheres viverem de forma plena e produtiva as crianças prosperam.

“O trabalho desenvolvido dentro de cada país em direcção ao ODM 3 (Promover a Igualdade do Género e Capacitar as Mulheres) gerará o duplo dividendo de melhorar a vida da Mulher e da Criança.”, referiu Ann M. Veneman, Directora Executiva da UNICEF. É fundamental realçar a ideia de que cada ODM não vale por si só mas sim no todo, isto é, o ODM 3 vai ajudar a atingir todos os outros ODM: redução da pobreza e da fome, salvar a vida das crianças, melhorar a saúde materna, garantir a educação universal, combater o VIH, a malária e outras doenças, garantir a sustentabilidade e desenvolver parcerias novas e inovadoras em favor do desenvolvimento, e vice-versa.

Todavia, ainda há um longo caminho a percorrer e o relatório da UNICEF 2007 demonstra isso mesmo: em muitas regiões em desenvolvimento, as meninas têm maior probabilidade de não frequentar a educação secundária que os meninos (taxa bruta de matrículas na Escola Secundária, 2000-2005, na África Ocidental e Central: meninas 20% e meninos 35%); as mulheres são mais vulneráveis a contrair o VIH, pois têm menos informação sobre a doença do que os homens e, tal como as crianças, continuam a ser vítimas de violência doméstica.

A eliminação da descriminação do género e o aumento do poder da mulher permitirão uma contribuição das mulheres em decisões fundamentais que moldam a sua vida e a vida dos seus filhos em três áreas: família, trabalho e política. Consequentemente, as mudanças em qualquer uma dessas áreas têm influência sobre a igualdade da mulher nas demais e geram impactos profundos e positivos na vida das crianças, bem como nas sociedades de todo o mundo.

Fonte:
Situação Mundial da Infância 2007 – Mulheres e Crianças: O duplo dividendo da Igualdade do Género, UNICEF, 2006

O direito à educação

Cerca de 121 milhões de crianças – a maioria, raparigas – não frequentam a escola e têm negado o seu direito à educação, um direito com o qual os seus governantes se comprometeram ao assinar a Convenção sobre os Direitos da Criança. O preço do fracasso no cumprimento do segundo ODM será de cerca de 75 milhões de crianças cujo direito à educação primária em 2015 será negado. Dessas crianças, 70% vivem nos países africanos ao sul do Sahara.

Segundo o artigo 26.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, todas as pessoas têm direito à educação. É um direito fundamental que não pode ser marginalizado e para isso, os Estados devem dar prioridade à educação primária obrigatória e gratuita. Com vontade política suficiente e através de uma correcta aplicação de fundos, os Estados e a comunidade internacional podem atingir numerosos benefícios.

O acesso à educação é crucial para o desenvolvimento de um país: este direito permite a capacitação das pessoas para alcançarem todos os outros direitos que lhe são conferidos (políticos, sociais, económicos e culturais), concedendo-lhes dignidade enquanto asseguram um futuro melhor. Para além das capacidades cognitivas, criativas e emocionais das crianças que têm de ser desenvolvidas, através da educação, os indivíduos ganham a capacidade para aliviar o estado de pobreza.

A educação primária deve ser completa e acessível a todos e a negligência dos Estados quanto à educação pode ter efeitos discriminatórios tanto ao nível do género, da etnia, da língua, da religião, da opinião e do estatuto económico. Os Estados devem formular, desenvolver e aplicar políticas com vista à promoção da igualdade ao nível da educação.

Fonte:
http://www.unicef.org/brazil/sowc05/cap1-dest4.htm
http://portal.unesco.org/education/en/ev.php-URL_ID=40625&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html

Moçambique: Combate à pobreza avança, mas são necessárias reformas

Moçambique está a progredir no combate à pobreza e bem colocado para atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, mas deve acelerar uma "segunda geração" de reformas para estimular a economia, defende o Fundo Monetário Internacional (FMI).

No seu mais recente relatório sobre o país, divulgado no passado dia 2, o FMI considera como "prioritárias" para o "fortalecimento" da actual estratégia de redução da pobreza (PARPA II - Plano de acção para a redução da pobreza absoluta) a melhoria do clima de investimento, a modernização do sistema judicial e a execução "firme" de uma estratégia anti-corrupção. "Sem esta segunda geração de reformas, o crescimento [de Moçambique] pode ser afectado", conclui o FMI, na sua última avaliação ao desenvolvimento económico daquele país.

A adopção de um regime fiscal para o sector mineiro "em linha com as melhores práticas internacionais" necessita também de "atenção urgente", frisam os responsáveis do Fundo.

Para atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, adianta o FMI, "o governo deve assegurar que o financiamento externo suplementar, incluindo recursos da iniciativa de perdão multilateral da dívida, sejam dirigidos às prioridades definidas e que há rentabilidade na despesa pública".

O Fundo diz que Moçambique está "bem posicionado" para atingir os objectivos de desenvolvimento do Milénio, com um crescimento económico anual acima de cinco por cento. O actual programa de combate à pobreza, PARPA II, tem como meta, para 2009, a redução da pobreza abaixo de 45 por cento da população. Em 2003, no final da aplicação do PARPA I, a taxa de pobres em Moçambique situava-se em 54 por cento da população, depois de resultados considerados "impressionantes", pelo FMI.

Fonte:
MacauHub

Promoção da saúde ambiental no Brasil

Anne-Loyse Raboud é natural da Suíça e tem formação em enfermagem. Desenvolve há mais de 16 anos um trabalho meritório e muito reconhecido na localidade de São Miguel do Gostoso (Brasil). Coordena, através de uma associação local, a ONG ASCDEG (Associação Socio-cultural e Desportiva Gostosense), uma série de projectos muito importantes para a promoção da qualidade de vida e sustentabilidade local nas seguintes áreas: promoção da saúde ambiental, higiene familiar, saúde juvenil, apoio e reforço escolar, educação para a cidadania, e, ainda, promoção do desporto e música.

OITO DESAFIOS AO MUNDO (ODM): De entre os 8 ODM, em qual ou quais considera que se inserem os objectivos do seu seu projecto?
Anne-Loyse Raboud (ALR):
ODM 2 - alcançar a educação primária universal, ODM 3 - Promover a igualdade de género e capacitar as mulheres e ODM 7 - Assegurar a sustentabilidade ambiental.
Considero que o trabalho conjunto com outras associações locais é determinante para o sucesso dos projectos implementados.
ODM: Na área geográfica onde desenvolve o seu projecto, que outros ODM considera urgente promover?
ALR: Erradicar a pobreza extrema e a fome, melhorar a saúde materna e promover o planeamento familiar.
ODM: Qual a aceitação da comunidade local ao projecto que desenvolveu?
ALR: Todos os projectos têm sido bem aceites e após mais de 16 anos trabalhando com a comunidade os resultados são visíveis.
ODM: Quais os principais objectivos que que está a alcançar com o seu projecto?
ALR: Na área do ambiente e saúde pública: limpeza dos espaços públicos trabalhando com grupos de jovens, professores e alunos; promoção de palestras e reuniões; tratamento de água para consumo local.
Na promoção sócio-cultural: promoção do desporto, das festas locais e eventos musicais.
ODM: Quais as principais dificuldades com que se depara?
ALR: A ASCDEG tem tido ao longo da sua história um forte apoio por parte de uma outra ONG com sede na Suíça, esse apoio terminará em 2008. Para a continuação dos projectos que tem vindo a promover em São Miguel do Gostoso, a ASCDEG pretende encontrar outras fontes de financiamento.
ODM: Que tipo de apoio é necessário?
ALR: Apoio financeiro, para a continuação de todos os projectos.
ODM: Em que contacto, endereço ou website é possível saber mais sobre o seu projecto e o seu trabalho?
ALR:
anneduobar@hotmail.com - Coordenadora do projecto ASCDEG